CANÇÃO À GRALHEIRA
Gralheira que és tão bela Cheia de amor e carinho Dos Carvalhos à Portela Do Nicho ao Cantinho E ao Ribeirinho.
Cantam os grilos nos prados E no monte a cotovia Os pastores guardam os gados E cantam seus fados Durante o dia.
Tanta giesta florida Tanta urze perfumada Tanta beleza esquecida Nesta terra querida Nesta aldeia amada.
Os teus campos matizados De silvas e malmequeres São como sonhos dourados E nunca sonhados Por quaisquer mulheres. | Os teus campos verdejantes Nesta primavera em flor As searas ondulantes Perto ou distantes Cheias de esplendor
Ceifeiros cortando espigas Sob um sol abrasador Mas cantam lindas cantigas Às raparigas Do seu amor
Já a segada acabou Já o feno se colheu O estio terminou, Recordações deixou Neste peito meu.
Um fumozinho cinzento Eleva-se às Trindades Deixando no firmamento E no pensamento Um mar de saudades. |
REFRÃO
Gralheira ó terra minha amada
Aqui estou
P'ra mostrar quem sou
Para te adorar.
Ó minha aldeia cá da serra
Longe da guerra
Aqui quero viver
E sonhar.
Gralheira, 12 de Outubro de 2006
Carlos Oliveira Silvestre
"ECOS DE MONTEMURO" Jornal Miradouro Nº 1582 de 08 de Dezembro de 2006